Páginas

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

# O encontro dos oito - Antonio Lúcio e Luciano Messias (espírito)

Leitura em Novembro/2011
Depois de muito tempo sem me entregar a leitura, fui a livraria para dar uma olhada em algumas obras, e fui agraciado pela sugestão deste livro. O livro é de linhas contagiantes, que fazem com que o leitor não queira parar de ler. Segue abaixo a descrição da obra por um crítico.

Proposta:
Descrever as diferentes circunstâncias que levam uma pessoa a suicidar-se e também a de apresentar as consequências do suicídio.

Formato:
Tamanho médio com 200 páginas que podem ser lidas em aproximadamente quatro horas. É dividido em oito capítulos que contam as estórias de cada um dos oito personagens que se encontram juntos no além se recuperando dos traumas causados pelos seus suicídios. Por sua vez cada capítulo é subdividido em pequenas seções que ajudam o leitor a acompanhar a narração das estórias.

Linguagem:
Linguagem muito agradável com um vocabulário bem diversificado e cheio de expressões do dia a dia. Boa construção das frases, bom desenvolvimento das narrações, enfim, texto bem escrito e voltado para o prazer de ler.

Avaliação:
Embora o tema suicídio seja recorrente nos livros espíritas este, em especial, tem o diferencial de contar estórias atuais focando nas circunstâncias que fazem uma pessoa a se suicidar. Longe de tentar justificar este ato por estas circunstâncias, elas o tornam compreensível. Ao contar as estórias os autores o fazem de modo simples e demonstram, assim, que não há necessidade de uma explicação complexa para o suicídio.

A linguagem coloquial empregada pelos autores também contribui para esta visão mais simples e compreensível. A reunião de oito casos contados em conversas entre eles lembram uma terapia em grupo. E isto sugere um bom caminho para superar os grandes traumas. As decepções com os próprios atos se amenizam ao narrá-los e ao compará-los com os atos dos outros.

As consequências do suicídio também são exploradas neste livro. Porém, as estórias diferem muito pouco em essência e convergem para o conhecido "fez, tem que pagar". Ou seja, de acordo com os autores, as circunstâncias do suicídio em nada mudam a situação daquele que suicidou; depois da desencarnação eles passarão por um período num ambiente infernal e terão que passar por reencarnações em corpos imperfeitos.

Esta é uma visão já enraizada no movimento espírita e pode mesmo ser fundamentada em Kardec. Por outro lado, há exceções à regra e estas exceções dificilmente são apresentadas. Onde estão as estórias em que o peso das provações por que passa uma pessoa é contado para o alívio do sofrimento da desencarnação de um suicida? Onde estão as estórias de um reencarnante que se propõe a fazer o máximo bem na próxima existência para compensar seus atos impensados?

Estas diferentes circunstâncias foram exploradas por Kardec na obra O Céu e o Inferno. Vejam, por exemplo, o que diz São Luis: "Este Espírito sofre justamente, pois lhe faltou a confiança em Deus, falta que é sempre punível. A punição seria maior e mais duradoura, se não houvera como atenuante o motivo louvável de evitar que o filho se expusesse à morte na guerra. Deus, que é justo e vê o fundo dos corações, não o pune senão de acordo com suas obras."

E, vejam o que Kardec disse sobre o caso de um suicídio por motivo passional: "Quanto ao moço, este já é de sobejo punido pelo sofrimento que lhe perdura, mas a sua pena é leve, porquanto apenas cedeu a um movimento irrefletido em momento de exaltação, que não à fria premeditação dos suicidas que buscam subtrair-se às provações da vida."

Um último ponto a ser observado é quanto a autoria do livro. Não fica clara qual é a participação de cada um dos dois autores. A apresentação é assinada pelo médium e nela está escrito que o espírito simplesmente o ajudou a escrever o livro. É claro que não há problema nenhum nisso, mas deveria ficar explícito logo na capa. E, no caso específico, se lê: "ANTONIO LÚCIO pelo Espírito LUCIANO MESSIAS".


Nenhum comentário:

Postar um comentário